Quartel General dos Aurores

Não estava em seus melhores dias, aquela auror, e isso podia ser percebido em pequenos detalhes. Primeiro; Ela não tinha sequer um vestígio de bebida ou cigarro, mas além disso, um copo de chá de erva cidreira estava queimando sua mão direita e espalhando um cheiro bom por todo o trajeto até o QG. Segundo; Aquele cachecol não era dos mais confortáveis, mas protegia sua garganta de ficar completamente sem voz. A rouquidão da mulher certamente assustaria uns e seduziria outras (ou melhor, uma apenas), e o seu olhar denunciava que ela não havia dormido nada por uns bons dias. Terceiro; Além de toda essa gripe chata, não era só a garganta da mulher que estava arranhada. Tinha um curativo nada chamativo na mão esquerda, causado pela sua mais nova coruja, Kotori. Não era muito boa com aves e tendo em vista que a coruja-prateada e Seraphine não tinham uma relação das mais amigáveis, era impossível descansar em paz quando sabia que uma queria matar a outra. E isso tudo resultava num !@#$% mau-humor. Havia avisado para alguns aurores que apareceria e outros certamente não viriam, mas ela esperava não mofar ali dentro como da última vez. Ah, caso isso acontecesse ela tomaria decisões drásticas. Abriu as portas do QG e tirou o sobretudo preto, o deixando no lugarzinho que agora ela havia esquecido o nome e sentou na cadeira central daquela mesa, bebericando o chá quente e esperando seus colegas de trabalho aparecerem em silêncio.