Ferraria

The Evenstar of her people

A chuva tinha sido a desculpa perfeita para que ficasse no quartel. Elleanor sabia que Oziel só não havia vindo até ela para cobrar explicações sobre sua presença no Quartel por conta de suas obrigações como general não estarem permitindo ao tio da princesa tempo para isso. Um bilhete de sua mãe havia chego ordenando que ela não causasse problemas e nem fizesse nada imprudente. Ela também não tinha a presença de Andilla, que não havia conseguido tempo para conversar com a princesa em particular pois tinha que observar os treinos dos guardas e ficar em cima dos recrutas. Elleanor duvidava que tivessem deixado se espalhar a noticia de que ela tinha chegado no quartel, para que ela ficasse sozinha. Por conta da magia do sangue real, era claro que ela tinha conseguido entrar ali como convidada, mas para Oziel e sua mãe, ela era uma penetra. Foi natural a princesa procurar um lugar para refugiar-se quando começou a ouvir as gotas de chuva, já que agora ela já estava avisada de que não deveria atrapalhar o treino dos outros. Rebelde que era, recusou-se a ficar nos aposentos do general, e na primeira oportunidade para uma escapada que conseguiu achar, pegou as chaves do tio e saiu pelo quartel, sorrateira, até acabar chegando na Ferraria. Localizada no extremo esquerdo da construção ao lado da Cúpula Central, a Ferraria devia ser de uso oficial militar. O que significava que civis não tinham permissão para trabalhar dentro da mesma. Possuía tudo o que poderia ser necessário para o exercício do molde de armamentos: uma fornalha aquecida, instrumentos para achatar as lâminas e moldá-las, ferramentas de entalhe e todo o arsenal preciso. Não foi dificil para Elleanor perceber que era dali que saia a maioria das armaduras e espadas da Guarda Real, todo o restante que não era obtido com Saeros na Ferraria de Arthas.
Elleanor ficou completamente admirada e encantada. Para ela, apaixonada pelas forjas por um traço herdado do pai, aquele lugar era maravilhoso, e perto de casa! Riu baixinho, pensando se conseguiria entrar escondida no quartel para forjar... Talvez fosse mais difícil do que continuar enganando Saeros, mas poupava o tempo de ir a Arthas. Distraída, a princesa acendeu o fogo da fornalha e sentou-se num canto qualquer, no chão, encolhida, sem se preocupar com vestido ou se a procurariam. A pequena de cabelos azuis só queria ficar olhando o fogo. Parecia difícil acreditar, mas dessa vez a rebelde princesa não planejava nada demais...

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O calor ali era gostoso, e o lugar tinha cheiro de liberdade, de tudo o que ela queria fazer. Elleanor sentia-se confortável e segura nas forjas, como um dia se lembrava de ter se sentido, da mesma forma, com alguém. Foi deixando que se envolvesse por aquela sensação gostosa, encolhidinha e pequena que era, abraçando as próprias pernas encolhidas na direção de seu corpo e apoiando o rosto nos joelhos, escondida nas sombras que o fogo criava junto as estruturas do lugar. Estava pegando no sono enquanto ouvia a chuva, e foi por isso que não percebeu ninguém, até ser encontrada por Idriel. A primeira reação da princesa foi levantar a cabeça rápido, acordando de seu quase sono assustada, como se tivesse sido pega fazendo algo errado e depois piscou várias vezes, antes de conseguir se concentrar e olhar para cima. ─ I-Idriel...? ─ Elleanor sentiu-se corar, reconhecendo o primo pela voz e o porte fisico, além dos olhos que ela tanto gostava. Mas, tinha que confessar: Ele estar ruivo causava uma diferença tremenda, e foi a mudança da aparência do filho de Oziel que fez a pequenina arregalar seus curiosos olhos roxos, encarando o primo. Era óbvio que estava ele devia estar ali, e ela se achou burra por não ter pensado nisso antes. Sentiu-se boba. Sem jeito e meio desastrada, como sempre era Elleanor foi levantado e limpando o vestido com as mãos rapidamente. ─ Eu devia, mas quando é que estou nos lugares onde devo estar, certo? ─ Respondeu rapidamente, de cabeça baixa e ainda limpando o vestido, depois de se recompor.

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Quando era mais nova, Elleanor incomodava-se demais com a diferença de altura entre os dois, e olha que quando eles eram crianças, ela era menor. Agora, quase trinta centímetros os separavam, e isso só não a deixava mais encolhida, porque era birrenta demais para se amedrontar por causa do primo grandão. As vezes, sentia-se tentada em usar a mutação para crescer sabe... só uns vinte centímetros e poder implicar com ele, mas isso colocaria em risco seu disfarce. ─ Você acha que eu estaria aqui se não soubessem? ─ Respondeu, calma e séria, como habitou-se a ser por conta das cicatrizes que a vida já tinha impresso em sua vida. Descuida machuca, cuidado excessivo também. ─ Creio que você também não acredita que seria possível eu invadir o quartel do General Oziel sem que ele, mais cedo ou mais tarde, tomasse conhecimento. ─ Falou com calma, encostando-se na parede, com os braços atrás do corpo, virando o rosto para não encarar Idriel.

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Elleanor girou os olhos, completamente contrariada, o que fez com que ela cruzasse os braços e fizesse bico enquanto ouvia Idriel. Ele simplesmente não acreditava que ela pudesse fazer as coisas do jeito certo ou não prestava atenção em nada do que ela dizia. Hm... Provavelmente os dois. ─ Eu já disse que eles sabem! Do jeito que você está falando... Parece que eu sou uma ladra ou coisa do tipo! ─ Falou, reclamona e birrenta, virando o rosto de novo para deixar de encara-lo, quase parecendo ofendida. Elleanor era uma princesa educada e desastrada, mas não uma rebelde como Idriel que fica por ai arrumando problemas e escapulindo pelos lugares. Ela não, já Mason... ─ Além disso, você notou quando entrei na Ferraria. Logo, meus poderes não são tão incríveis assim. ─ Concluiu, desfazendo o bico.